quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Como funciona o WikiLeaks

Como você descobriria que um presidente da França usa a popularidade de sua bela esposa, uma ex-modelo, para aumentar as chances dos interesses franceses em outros países? Ou que o governo brasileiro "disfarçou" a prisão de terroristas e que a diplomacia brasileira durante o governo Lula foi vista como "antiamaericana"? Há algumas opções: você poderia ser um espião, um diplomata norte-americano no Brasil, ou, simplesmente, esperar que um site especializado em revelar documentos secretos publicasse essas informações. Esse site existe e chama-se WikiLeaks.






wikileaks
WikiLeaks
O WikiLeaks é uma organização internacional sem fins lucrativos cuja proposta é divulgar e comentar documentos que tragam informações consideradas sensíveis e que atestem a má conduta de governos e grandes corporações. O WikiLeaks trabalha com documentos oficiais que de alguma forma foram "vazados" e chegaram às mãos de seus integrantes.

O site tem estado no centro de polêmicas internacionais por conta de suas revelações, como a feita em abril de 2010 quando um vídeo secreto, feito pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, mostrou o desastrado ataque de um helicóptero militar norte-americano no Iraque em 2007 que resultou na morte de vários civis, inclusive dois correspondentes da agência Reuters. Mas esse foi apenas um dos várias escândalos provocados pelo WikiLeaks e que deixaram muita gente poderosa em situação constrangedora. Conheça um pouco da história e do modo de operar desses autoproclamados defensores radicais da verdade e da transparência.





Mistério e teorias da conspiração

Um dos mistérios que cerca o WikiLeaks é sobre as pessoas que o fazem. Julian Assange é um dos poucos fundadores e diretores conhecidos da organização. Segundo a BBC, Assange nasceu na Austrália em 1971 e na adolescência já tinha demonstrado seu talento para a matemática. Em 1995, sua habilidade como hacker foi descoberta pelas autoridades australianas e ele foi condenado a pagar uma multa de vários milhares de dólares, mas escapou da prisão. Passou então os três anos seguintes investigando junto com a pesquisadora Suelette Dreyfuss o lado subversivo da internet. A pesquisa resultou no livro "Underground". Assange cursou física e matemática na Universidade de Melbourne antes de se tornar um radical defensor da transparência nas informações. Mas sua trajetória inclui também uma acusação de estupro, feita por um promotor sueco após sua passagem pelo país em agosto de 2010. O diretor do WikiLeaks alega que a acusação faz parte de uma campanha internacional para desacreditá-lo e, consequentemente, também o site. O caso está na Suprema Corte sueca.



WikiLeaks: origem e modo de operar


O WikiLeaks surgiu para o público em janeiro de 2007, quando seus fundadores anunciaram a iniciativa da organização, sem fins lucrativos, de divulgar informações obtidas através de documentos confidenciais vazados de grandes corporações e governos que interessassem à opinião pública mundial. No começo muitos dos documentos disponibilizados foram fornecidos por pessoas interessadas em denunciar (por motivo de justiça ou vingança) seus ex-empregadores, mas os mais importantes estavam relacionados a histórias de interesse público. No começo, a base de operações da organização estava na Suécia.

O site surgiu com o intuito principal de expor os regimes opressivos na Ásia, nos ex-países que formavam a União Soviética, no Oriente Médio e na África, mas também esperava ser uma forma de apoiar "as pessoas de todas as regiões que desejassem revelar comportamentos antiéticos de seus governantes e corporações". Atualmente o WikiLeaks estabeleceu como política editorial dedicar-se unicamente a documentos de interesse ético, político, diplomático ou histórico.

O que se sabe do funcionamento do WikiLeaks mostra que sua forma de operar é composta basicamente por quatro etapas. Alguém com acesso aos documentos secretos os entrega a um integrante ou colaborador do WikiLeaks. A organização não registra informações que levem à identificação de quem entregou os documentos vazados. O WikiLeaks afirma que quando possível faz uma verificação para estabelecer a confiabilidade da pessoa que vazou o material. Depois, os documentos são analisados pela equipe da organização para que seja atestada a autenticidade do material. Segundo o diretor Julian Assange, nessa etapa, cinco especialistas checam a veracidade das informações contidas nos documentos. Finalmente, os documentos são disponibilizados no site, junto com um resumo de seus conteúdos. A organização pode também distribuir a documentação a alguns dos mais respeitados veículos de comunicação para uma divulgação simultânea das informações.

Os defensores do WikiLeaks afirmam que ele protege as fontes de informações, os jornalistas e os ativistas que querem divulgar material considerado confidencial mas que seria de interesse público. Já seus críticos, acusam o site de ameaçar a segurança nacional dos países atingidos pelo vazamento e de colocar em risco também a vida de pessoas cujas identidades devem ser mantidas em segredo.

Para garantir a segurança e o anonimato de suas fontes, Assange afirma que a organização tem criptografado tudo, espalhado suas instalações por vários países, como a Islândia e a Bélgica, e as comunicações têm sido feitas a partir do redirecionamento das ligações por diversos locais, de forma a evitar o rastreamento. Segundo ele, muitas vezes o dado vazado chega ao WikiLeaks pelo correio, endereçado a uma caixa postal, sem identificação da fonte. Em todos os casos, todo material, exceto os documentos, é imediatamente destruído para eliminar qualquer pista que possa levar a quem os vazou. Leia mais abaixo quais foram alguns dos documentos secretos publicados pelo WikiLeaks entre 2007 e 2010.





Verificando a veracidade

Segundo o WikiLeaks, todas as histórias e documentos recebidos são detalhadamente checados. Para atestar sua veracidade, cada documento recebido é minuciosamente examinados por especialistas e submetido a uma etapa de verificação na qual o WikiLeaks procura saber quem teria motivo para falsificar aquele tipo de documento e por qual razão. A organização afirma que usa as técnicas tradicionais do jornalismo investigativo junto com as mais modernas tecnologias. Geralmente, é feita uma análise forense do documento e verificado o custo, os meios e os motivos para uma eventual falsificação. A organização busca comprovar a autenticidade dele também a partir de elementos externos. Por exemplo, no caso do vídeo que mostrou o ataque do helicóptero militar norte-americano no Iraque, em 2007, que causou vítimas civis, a organização afirma que enviou uma equipe de jornalistas ao Iraque para entrevistar as vítimas e as testemunhas do ataque. Essa equipe teria obtido registros nos hospitais, atestados de óbitos e outras evidências que ratificaram a veracidade do material que o WikiLeaks havia recebido.





WikiLeaks: denúncias e constrangimentos

A proposta do WikiLeaks é de promover a transparência radical nas informações para mostrar à população "como o mundo funciona", segundo Assange. A organização afirma que é um grupo mundial independente formado por pessoas com uma longa trajetória de dedicação à defesa de uma imprensa livre e da transparência derivada disso. Desse grupo, segundo o site, participariam jornalistas com reconhecida credibilidade, programadores, engenheiros de rede e matemáticos, entre outros profissionais. 


wikileaks
Página da internet com documentos secretos
disponibilizados pelo WikiLeaks



Veja a seguir alguns dos fatos revelados pelos documentos secretos disponibilizados pelo WikiLeaks entre 2007 e 2010:
  • Climagate: na véspera da conferência sobre o clima patrocinada pela ONU e realizada em Copenhague (Dinamarca) em 2009, milhares de e-mails trocados entre cientistas, que defendem a tese do aquecimento global causado pelo homem, com a Unidade de Pesquisa do Clima, da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, um dos mais respeitados centros de pesquisa sobre mudanças climáticas no mundo, vazaram e foram divulgados pelo WikiLeaks. O teor de muitos e-mails colocava em dúvida a ética de alguns cientistas na condução das pesquisas e no compartilhamento dos dados. O escândalo ficou conhecido como "climagate". 
  • Segredos da Cientologia: em março de 2008, o WikiLeaks divulgou uma série de documentos considerados as "bíblias secretas" da Igreja da Cientologia, seita fundada pelo escritor L. Ron Hubbard e que conta com muita gente famosa entre seus seguidores. Os documentos mostram como os seguidores da seita podem alcançar os oito diferentes níveis da Cientologia, nos quais "muitos fenômenos" podem acontecer. Normalmente, para alcançar cada um desses níveis o seguidor da seita tem de desembolsar muito dinheiro.
  • Diplomacia-espiã: em novembro de 2010, o WikiLeaks começou a divulgar junto com cinco dos mais importantes jornais do mundo - entre eles o "El País", da Espanha, e  o "The Guardian", da Inglaterra - cerca de 250 mil comunicados oficiais entre as embaixadas e consulados dos Estados Unidos ao redor do mundo e Washington, enviados entre 1966 e 2010. As comunicações revelaram a visão norte-americana sobre líderes e ações governamentais em diversos países. Entre as milhares de informações contidas nesses telegramas e relatórios diplomáticos, está registrado que o governo chinês contrata e usa hackers para fazer invasão de sistemas de computadores de governos e empresas ocidentais e de inimigos políticos, que os diplomatas americanos desconfiam que há uma ligação entre o premiê russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro italiano Sílvio Berlusconi, que incluiria lucrativos contratos de energia, e que o rei Abdullah, da Arábia Saudita, solicitou várias vezes para que os Estados Unidos atacasse o Irã.
  • Guerra no Afeganistão: em julho de 2010, o WikiLeaks divulgou milhares de documentos sobre as ações militares das tropas internacionais no Afeganistão. Em cerca de 90 mil documentos elaborados entre 2004 e 2009 são revelados detalhes da guerra travada pelas tropas dos Estados Unidos e dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra o Taleban. Segundo esses documentos, o serviço de espionagem do Paquistão estaria ajudando o Taleban e também colaborando com a Al-Qaeda. O material mostra queixas dos afegãos sobre a corrupção no governo local e registra erros em ações militares que resultaram na morte de civis e causaram a perda de confiança da população nas tropas estrangeiras.

Frio na Barriga

Por que sentimos um frio na barriga quando estamos num carro e este passa rapidamente por uma lombada, ou mesmo em uma descida?

Sentimos um frio na barriga, devido à falta de peso causada pela inércia dos órgãos abdominais.

É uma impressão instantânea de imponderabilidade, ou falta de peso, causada pela inércia dos órgãos abdominais, que não são corpos rígidos e têm certa mobilidade. Exemplificando: quando escorregamos dentro de uma carrinha de montanha-russa, a queda é tão brusca que não há tempo para os órgãos se adaptarem à nova condição. Ou seja, descemos, mas nossas vísceras como que permanecem onde estavam. Essa náusea instantânea ocorre também nas subidas e é acentuada por uma involuntária inspiração profunda – um reflexo condicionado diante de algum perigo eminente. Na montanha-russa esse sensação é bastante explorada, devido à sucessão de subidas e descidas.










Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/1988/conteudo_111403.shtml

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Líquido Respirável


Em seu  último livro O Símbolo Perdido, o escritor Dan Brown, faz referência ao "líquido respirável", onde o principal personagem Robert Langdon,  após ficar várias horas dentro de um tanque cheio de um líquido é retirado do tanque vivo porque o líquido em que se encontrava era "respirável".

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, um grupo de substâncias chamados de perfluorocarbonos (PFCs) tornaria possível a respiração artificial que utiliza um líquido, e não o ar, para trocas gasosas (ventilação líquida). Peixes respiram eficientemente através de líquidos, porque suas vias respiratórias são unidirecionais (entrada pela boca e saída pelos opérculos) e suas guelras são próprias para extrair pequenas quantidades de oxigênio dissolvidas na água. O aparelho respiratório humano, entretanto, não tem estas propriedades e necessitaria de um líquido capaz de carregar grandes quantidades de oxigênio. Os PFCs carregam 50 a 70 vezes mais  oxigênio que a água, não são absorvidos pelo organismo, nem interferem nas substâncias vitais presentes nos pulmões.





Segundo a  revista Ciência Hoje vol. 44, nº 260, as primeiras pesquisas surgiram em 1962, quando o fisiologista Johannes A. Kylstra (1925-2008), nascido na Indonésia,  demonstrou, na Universidade de Buffalo, Estados Unidos, que ratos cujos pulmões tinham sido preenchidos por um tipo de solução salina oxigenada podiam ter uma sobrevida  de até 18 horas quando submersos em altas pressões, semelhantes às das regiões fundas dos oceanos. Na mesma década, o fisiologista e bioquímico norte americano Leland C. Clark Jr. (1918-2005) e o bioquímico tcheco naturalizado norte americano Frank Gollan (1910-1988), testaram um novo líquido, denominado perfluorocarbono  que havia sido desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial no âmbito do Projeto Manhattan. No artigo que publicaram em 1966 na revista Science, Clark e Gollan sustentavam que aquele líquido era um excelente meio de transporte para o oxigênio e o gás carbônico. Quando os pulmões de ratos e gatos eram inundados por esses gases, eles observavam que os animais podiam respirar em meio líquido por um período de até 20 horas, voltando em seguida a respirar com sucesso o ar ambiente. 





Esse é considerado o marco inicial da ventilação líquida com PFCs. Os perfluorocarbonos são líquidos derivados dos fluorocarbonetos, muito semelhantes a hidrocarbonetos cujas moléculas de hidrogênio foram substituídas por moléculas de flúor.




Com características semelhantes às da água, são incolores, inodoros e insípidos. São quimicamente estáveis, têm baixa tensão superficial e sua densidade é maior que a da água. São excelentes carreadores de gases como hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e dióxido de carbono. Relatos preliminares revelam que o perfluorocarbono pode ser utilizado com segurança em humanos. Apesar dos inúmeros avanços ocorridos na utilização da ventilação líquida, seu emprego ainda é limitado por diversos fatores, destacando-se entre eles o elevado custo. Sua utilização está restrita a poucos centros de pesquisa, especialmente nos Estados Unidos e no Canadá. 


sábado, 20 de novembro de 2010

O Jardim do Éden




“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado”

Gênesis 2:8 




A mesopotâmia é conhecida como sendo o berço da civilização, pois é nessa região que a humanidade começou. Ali Adão e Eva foram formados. 

O relato bíblico do livro de Gênesis nos fornece uma série de descrições geográficas, ricas em detalhes, servindo como uma preciosa fonte de pesquisas e informações que podem ajudar o estudante a localizar lugares e comprovar histórias. 

Eu acredito que esse fato ocorre devido à intenção que o escritor e o autor (Moisés e Deus) têm de mostrar a veracidade e realidade dos fatos e eventos descritos no livro. 

É importante notar que em toda a Bíblia, de Gênesis até o Apocalipse, sempre ocorreu uma preocupação de se detalhar os fatos, para que o leitor pudesse acreditar na sua veracidade. 

No caso do Éden, muitas informações geográficas são dadas, e serão comentadas a seguir. 

Mesopotâmia é uma palavra de origem grega e significa: “entre rios”. Esse nome foi dado devido à região estar localizada entre dois dos principais rios da região, o Tigre e o Eufrates. É um oásis em meio a uma região desértica.

O texto bíblico de Gênesis 2 nos dá informações importantes como: 

1. Do Éden nascia um rio que se dividia em quatro braços: Pisom, Giom, Tigre e o Eufrates;

2. A etimologia (origem) das palavras usadas;

3. Terras e lugares citados no texto; 

É importante observar que o texto de Gênesis, escrito por Moisés, foi desenvolvido apenas após o Dilúvio. Isto nos faz relembrar que antes da Torre de Babel, e conseqüentemente antes do Dilúvio todo o globo falava o mesmo idioma, todavia, as expressões citadas no livro de Gênesis, com relação ao Éden, têm sua origem em outros idiomas, que não o hebraico. Isso é de uma importância fundamental, como iremos ver. 

Alguns nomes são citados no texto (Gn 2:8-14): 

• Éden Nome que possui duas origens: a forma Suméria de Éden que quer dizer: "estepe", ou "campo aberto", ou o Semítico, denotando: "luxo" ou "delícia";

• Jardim Localizado ao Leste do Éden. Observe que o jardim era apenas uma parte territorial dentro da região denominada Éden;

• Um Rio Não denominado, vindo de fora do jardim e regando-o, dividindo-se em quatro braços;

• Pisom Primeira divisão do rio principal que vem até a terra de Havilá;

• Havilá Terra ou distrito;

• Giom Segunda divisão do rio principal que vem até a terra de Cuxe;

• Cuxe Etiópia (Cuxe em hebraico). Uma terra ou distrito;

• Tigre Terceira divisão do rio principal que vem até a terra da Assíria;

• Assíria (Asshur em hebraico);

• Eufrates Quarta divisão do rio principal; 

Os lugares citados no texto recebiam outros nomes, no período pré-diluviano, mas esses nomes não são utilizados por Moisés. Os nomes utilizados pelo escritor eram os nomes modernos – da época. Eram os nomes do período pós-diluviano. Então, uma pergunta nos vem à mente: Por que isso ocorreu? 

A resposta é simples: porque o autor queria que os leitores conseguissem identificar o local para ter a certeza da veracidade do texto. 

Vejamos alguns exemplos: 

"Assíria" (hebraico, Asshur) é um nome que os hebreus deram e que se origina de Asshur um filho de Sem, nascido depois do Dilúvio (Gn10:22). Então, no conceito hebraico o nome não existia antes do Dilúvio. 

"Havilá" é um nome pós-diluviano (Gn 10:29). 

"Etiópia" (Cush, ou Cuxe – Gn l0:6). Nome dado após o dilúvio, originário do neto de Noé, Cuxe, e filho de Cam. 

Isso é uma evidência forte de que o escritor estava usando nomes conhecidos na época. Esse é um fato de importância fundamental, pois mostra conclusivamente que ao usar nomes conhecidos o escritor tinha a intenção que os leitores da época conseguissem entender com clareza a mensagem e reconhecer geograficamente a localização do Éden. 

Daí a evidência conclusiva de que o lugar (Éden) era real. Se o escritor não tivesse a intenção de que o Éden fosse localizado, identificado, não teria dado tantas informações geográficas a respeito nem tão pouco teria usado os nomes conhecidos no período. 

Precisamos entender, ainda, que o jardim do Éden foi destruído com o Dilúvio, mas o local denominado biblicamente de Éden continuava lá, não o jardim, mas o local. 

Observe o fato de que o profeta Ezequiel usou o nome Éden para se referir a uma localidade existente em seus dias, em Ezequiel 27:23. Segundo esse texto o profeta Ezequiel localiza o Éden na região conhecida como Babilônia. 

Na Bíblia, o jardim do Éden não é só o nome do lugar onde Adão e Eva viveram, mas também uma representação metafórica do Jardim de Deus, isto é, o lugar onde Yahweh mora: Is 51:3; Ez 28:12-15, 31:8-18. 

A localização exata do Jardim do Éden permanece um mistério, todavia, o texto de Gênesis 2:8 afirma que Deus plantou o "jardim no Éden, da bando do Oriente", isto é, no Leste. 

Essa afirmação aponta para um lugar ao leste de Canaã, que também possuía quatro rios: o Pisom, o Giom, o Tigre e o Eufrates (vv. 10-14). 

O Tigre e o Eufrates como sabemos hoje em dia, sem sombra de dúvida, os dois rios da Mesopotâmia que possuem o seu curso inalterado ainda hoje. O Giom (possivelmente o hebraico para "esguichar") e Pisom (normalmente entendido como sendo uma forma do verbo semítico "pular para cima") são mais difíceis de se identificar. 

Muitos estudantes acreditam que o Giom é o rio Nilo, e que Cuxe é associado com Nubia, ao sul de Egito. Se esta associação estivesse correta, todo o restante da descrição do local do Éden não poderia fazer o menor sentido, porque nenhuma parte dessa região converge com o Tigre e o Eufrates. 

Outros identificam Cuxe como a terra dos Cassitas, ao leste do Tigre, também conhecido como Cuxe durante os tempos antigos. Esta teoria faz um sentido geográfico melhor. Finalmente, ainda há outra posição de alguns estudantes que acham que o Giom e o Pisom eram canais ou afluentes do Tigre e Eufrates. 

Há alguns anos uma equipe de pesquisadores conseguiu através de satélite tirar algumas fotos que mostram o leito de dois rios de grande porte juntos ao Tigre e ao Eufrates, que acredita-se tratar do Giom e do Pisom. 


Essa mesma região é conhecida pela sua terra de tom avermelhado. O interessante é que o texto bíblico relata que naquele lugar Deus fez o homem do pó da terra (Gn 2:7) e pôs nele o nome de Adão. É importante saber que a palavra Adão, no hebraico, significa: “Vermelho”. 

Assim sendo, localiza-se o Éden na região da Mesopotâmia, exatamente como o relato bíblico descreve, e o jardim do Éden ao Leste, contudo, o local exato do jardim não se sabe ao certo, mas as evidências históricas e geográficas são indiscutíveis: Um dia ele esteve ali. 




                Satélite: leito dos rios, hoje secos (encontro com o Golfo Pérsico)






                         Teoria dos cientistas (onde possivelmente ficava o Éden)








                                             Região hoje, debaixo d'água








Autor: Robson T. Fernandes - Pesquisador VINACC

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Luminol

Existe muita tecnologia inverossímil em programas e filmes policiais: computadores que podem ampliar e realçar uma porção minúscula da cena de um vídeo; máquinas que podem isolar uma voz de fundo em uma gravação abafada em questão de segundos. Quase tudo isto é pura ficção, inventada para tornar a trama mais empolgante. Mas um dos recursos mais interessantes da polícia, um produto químico especial que faz aparecer traços de sangue invisíveis, é completamente real.
Neste artigo, descobriremos como este composto, conhecido como luminol, revela cenas ocultas do crime. Como veremos, este produto químico é incrível, mas possui algumas desvantagens e limitações que não são geralmente mostradas na TV.


O que o luminol faz?

Grande parte da investigação da cena do crime, também chamada criminalística, é baseada na noção de que nada desaparece sem deixar uma pista. Isto é particularmente verdadeiro no caso de vítimas de crimes violentos. O assassino pode se livrar do corpo da vítima e limpar as manchas de sangue, mas sem alguns produtos químicos de limpeza pesada sempre haverá algum resquício. Minúsculas partículas de sangue se prenderão às superfícies que foram atingidas há anos, sem que ninguém jamais saiba que estavam ali.
O princípio do luminol é revelar estes traços com uma reação química geradora de luz entre diversas substâncias químicas e a hemoglobina, a proteína portadora do oxigênio no sangue. As moléculas se quebram e os átomos rearranjam-se para formar diferentes moléculas. Nesta reação em particular, os reagentes (moléculas originais) têm mais energia que os produtos (moléculas resultantes). As moléculas se livram da energia extra sob a forma de fótons de luz visível. Este processo, geralmente conhecido como quimiluminescência , é o mesmo fenômeno que faz com que os vaga-lumes e os bastões luminosos brilhem.

Simulação do luminol em ação: antes de borrifar o luminol, não há sinal de sangue. Depois de borrifá-lo, traços de sangue latentes emitem um brilho azulado.


Os investigadores pulverizam uma área suspeita, apagam as luzes, fecham as cortinas e procuram por uma luz verde ou azulada. Se houver traços de sangue na área, essas luzes aparecerão.


A reação química

O produto químico principal nesta reação é o luminol (C8H7O3N3), composto em pó feito de nitrogênio, hidrogênio, oxigênio e carbono. Os criminalistas misturam o pó de luminol com um líquido contendo peróxido de hidrogênio (H2O2), um hidróxido (OH-) e outros produtos químicos e despejam o liquido em um borrifador. O peróxido de hidrogênio e o luminol são os principais agentes da reação química, mas para que produzam um brilho forte, precisam de um catalisador para acelerar o processo. A mistura detecta a presença desse catalisador, no caso o ferro contido na hemoglobina.
Para executar um teste com luminol, os criminalistas pulverizam a mistura em qualquer lugar onde pode haver sangue. Se a hemoglobina e a mistura de luminol entram em contato, o ferro na hemoglobina acelera a reação entre o peróxido de hidrogênio e o luminol. Nesta reação de oxidação, o luminol perde átomos de nitrogênio e hidrogênio e adquire átomos de oxigênio, resultando em um composto denominado 3-aminoftalato. A reação deixa o 3-aminoftalato em um estado de energia mais elevado, pois os elétrons dos átomos de oxigênio são empurrados para orbitais mais elevados. Os elétrons retornam rapidamente para um nível de energia menor, emitindo a energia extra em forma de um fóton de luz. Com o ferro acelerando o processo, a luz brilha o suficiente para ser vista em um ambiente escuro.
Os detetives podem usar outros produtos químicos quimiluminescentes, como a fluorescina, no lugar do luminol. Estes produtoss funcionam basicamente da mesma maneira, mas o procedimento é um pouco diferente.


Como os investigadores usam o luminol

Se o luminol revelar traços aparentes de sangue, os investigadores irão fotografar ou filmar a cena do crime para registrar a amostra. Normalmente, o luminol apenas mostra aos detetives que pode haver sangue na área, já que outras substâncias, inclusive água sanitária doméstica, podem fazer com que o luminol brilhe. Os investigadores experientes podem fazer uma identificação confiável baseada na velocidade em que a reação ocorre, mas ainda precisam fazer outros testes para verificar se realmente se trata de sangue humano.
O luminol sozinho geralmente não resolve um caso de assassinato. É apenas mais um passo no processo investigativo. Mas ele pode revelar informações essenciais para fazer com que uma investigação possa avançar. Amostras ocultas de sangue, por exemplo, podem ajudar os investigadores a localizar o ponto de ataque e até que tipo de arma foi usada (uma bala faz o sangue espirrar de maneira diferente de uma faca). O luminol pode também revelar leves marcas de sangue em sapatos, proporcionando aos detetives dados valiosos sobre o atacante e o que ele pode ter feito depois do ataque.
Em alguns casos, o luminol pode conduzir os investigadores a mais evidências. Se ele detecta traços de sangue em um tapete, por exemplo, os detetives provavelmente puxarão o tapete para descobrir sangue visível nas tábuas do assoalho.
O luminol é uma ferramenta definitivamente valiosa para o trabalho da polícia, mas não é predominante para a investigação do crime, como mostram alguns programas de TV. A polícia não vai entrando na cena do crime e pulverizando cada superfície visível. O problema com o luminol é que a reação química pode destruir outras evidências na cena do crime. Por esta razão, os investigadores apenas usam luminol após explorarem as outras opções.

Por que os alunos presenteavam os professores com maçãs?



No Brasil, o dia do professor é comemorado em 15 de outubro. E nesse dia, além das homenagens, muitos alunos presenteiam seus mestres com todo tipo de lembranças. De flores a livros ou bijuterias. Mas antigamente, a tradição, ainda presente em várias histórias que ouvimos hoje, era dar uma maçã para os professores numa época em que nem existia o dia do professor. O que poucos sabem é de onde veio e quando surgiu essa tradição. Você já parou para pensar por que maçãs e não frutas do conde?

Por hora, esqueçamos das maçãs: e vamos falar sobre a escolha do dia 15 de outubro para homenagear os professores?

Tudo começou em 15 de outubro de 1827, quando o então imperador D. Pedro I baixou um decreto criando o Ensino Elementar no Brasil. Tal decreto estabelecia uma infinidade de aspectos relacionados à educação brasileira – desde a descentralização do ensino e as matérias básicas a serem lecionadas, até o salário e o regime de contratação dos professores. Estabelecia, ainda, que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”.

Contudo, foi só em 1947, 120 anos depois do referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração dedicada aos professores. Foi na cidade de São Paulo, em uma escola que situada à Rua Augusta, número 1520, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, o “Caetaninho”. Levando em conta o longo período letivo do segundo semestre, um grupo de professores teve a idéia de organizar um dia de descanso, para “recarregar a bateria” dos alunos e professores. Um dos professores do grupo, Salomão Becker, sugeriu que no dia 15 de outubro, além do breque, fosse comemorado o dia do professor.

A idéia pegou e, aos poucos, foi-se espalhando para outros colégios, cidades, Estados.... enfim, foi oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. A comemoração estava definitivamente enraizada na cultura brasileira.

E as maçãs?

Agora que você descobriu o porquê do dia 15 de outubro, vamos voltar às frutas do conde... digo, maçãs.

Afinal, por que maçãs? Não teria sido mais legítimo optar por uma fruta tipicamente brasileira, como a jabuticaba ou o araticum-cagão?

Parece que não se cansam da famigerada maçã. Ela está presente no Pecado Original, do Velho Testamento; sobre a cabeça do filho do suiço Willian Tell, servindo como mira para sua flechada; foi o estalo que faltava para Sir Isaac Newton compreender a lei da gravitação universal etc etc etc.... São dezenas de histórias e lá está ela: a incontestável maçã.

No caso dos professores não foi diferente. Acredita-se que a tradição surgiu entre os séculos 16 e 18, época em que os mestres eram muito mal pagos (a reclamação, vale lembrar, persiste até hoje em países como o Brasil). A compensação vinha dos familiares dos alunos, que ofereciam-lhes alimentos ou refeições. É bem provável que a tradição tenha surgido na Europa, já que a maçã era um produto extremamente comum. Na época, era freqüente que os professores recebessem cestos cheios da fruta.




Por que os celeiros são geralmente pintados de vermelho?

Se você já dirigiu em uma área rural dos Estados Unidos, ou mesmo observado em filmes, é provável que tenha visto os celeiros vermelhos espalhados pela paisagem agrícola. Há várias teorias para explicar por que eles são pintados de vermelho.




Há séculos atrás, os fazendeiros europeus geralmente impermeabilizavam a madeira em seus celeiros com óleo de linhaça - um óleo marrom-amarelado derivado da semente do linho. Eles pintavam seus celeiros com uma mistura de óleo de linhaça, geralmente composta de adições como leite e cal. A combinação produzia uma pintura durável que secava e endurecia rapidamente. Hoje, o óleo de linhaça é vendido na maioria das lojas de produtos para manutenção doméstica como selante de madeira. Mas de onde vem o vermelho?
Em termos historicamente precisos , "barn red" (vermelho celeiro) não é o vermelho vivo que nós vemos hoje, mas um vermelho tipo laranja-queimado. Para explicar como a mistura do óleo tornou-se tradicionalmente vermelha, há duas teorias predominantes:
  • fazendeiros ricos adicionavam sangue de um abate recente à mistura do óleo. Quando a pintura secava, de brilhante ela passava para um vermelho mais escuro, vermelho queimado;
  • os fazendeiros adicionavam óxido ferroso, ou seja, ferrugem, à mistura do óleo. A ferrugem é abundante em fazendas e é um veneno para muitos fungos, incluindo mofo e musgo, que aparecem em celeiros. Estes fungos fixariam a umidade na madeira, aumentando a deterioração.
Independente de como o fazendeiro preparava sua tinta, ter um celeiro vermelho tornou-se moda. Eles dão um bom contraste à tradicional paisagem monotônica do campo.
À medida que os povos europeus migraram para a América, trouxeram com eles a tradição dos celeiros vermelhos. Da metade para o fim do século XIX, como as tintas começaram a ser produzidas com pigmentos químicos, a tinta vermelha era a mais barata para se comprar. O vermelho era a cor preferida até que o cal tornou-se mais barato, ao ponto dos celeiros brancos começarem a se espalhar.
Hoje, a cor dos celeiros pode variar, geralmente dependendo de seu uso.


Gatos têm ronronar especial para manipular humanos



Você acha que é charme? Na verdade, o ronronar do seu gato é estratégico: ou ele quer uma coceira específica, ou quer que você se levante do sofá para atendê-lo (entre outras coisas). A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Sussex. Segundo o estudo, os gatos emitem um som especial, que tem a frequência parecida com o choro de bebês humanos, quando querem manipular seus donos.
De acordo com os cientistas, eles desenvolveram essa técnica (de produzir um ruído de baixa frequência) porque aprenderam que o som, um tanto irritante aos nossos ouvidos, faz com que obtenham uma resposta humana. Você, que tem gato, consegue distinguir um miau qualquer de um miau manipulador?


Matéria original no Discovery (em inglês)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Abelhas farejadoras de bombas!

Equipes militares e policiais usam cães para farejar explosivos há décadas. De acordo com os cientistas do Laboratório de Pesquisa de Defesa Avançada (Darpa), que trabalham com abelhas desde 1999, elas podem desafiar os cães quando se trata de olfato. Aqueles mesmos insetos que emitem zumbidos e procuram pedaços minúsculos de pólen usados para produzir mel podem detectar com a mesma facilidade outras pequenas partículas no ar, inclusive sinais de materiais usados em bombas. Então, como você pode treiná-las para que reajam aos explosivos como reagem ao pólen?
Da mesma maneira como se treina qualquer animal para fazer praticamente qulaquer coisa: associando um estímulo específico a uma recompensa. Com o cão de Pavlov, a associação do som de um sino ao cheiro de comida fazia o cão salivar quando o sino tocava. Com as abelhas no Laboratório Nacional de Los Alamos, em que pesquisadores estão realizando os estudos militares mais recentes com abelhas, a associação do cheiro de componentes da bomba à água açucarada faz que as abelhas estendam seus probóscides, como se estivessem a ponto de extrair néctar doce de uma flor, quando sentem cheiro de explosivos. E isso não demora muito tempo. As abelhas que fazem as associações conseguem isso rapidamente, depois de apenas algumas exposições a componentes vaporizados de explosivos seguidos pela água açucarada.



Com as abelhas amarradas em pequenos tubos, os cientistas envolvidos no Stealthy Insect Sensor Project liberam o cheiro de componentes químicos usados para fabricar explosivos, como dinamite, C-4 e bombas líquidas. Esperando a água açucarada em seguida, cada abelha treinada estende seu probóscide, que começa a balançar no ar à procura de néctar. É essa reação óbvia que torna tão útil esse método de treinamento em particular. Mantendo as abelhas em estruturas fechadas, os pesquisadores podem usar equipamentos de monitoramento para perceber a movimentação dos probóscides. Nesse caso, uma câmera digital com um software de reconhecimento de padrão podem captar a movimentação e indicar a presença de explosivos nas proximidades. A estrutura portátil a torna ideal para testes em aeroportos, estações de trem e postos de checagem na beira de estrada em zonas de guerra, como o Iraque. As abelhas podem detectar no ar os produtos químicos procurados em concentrações tão baixas quanto algumas partes por trilhão.
Anos antes, um projeto financiado pelo Darpa treinou abelhas para que elas fossem atraídas por explosivos em vez de pólen, usando o mesmo processo de recompensa com água açucarada. Esse estudo as treinou para que voassem ao redor do lugar com cheiro de 2,4-dinitrotolueno, um resíduo químico deixado por vários tipos de bombas. As abelhas soltas trabalhavam muito bem em áreas pequenas e externas, e os guardas de segurança podiam ver com facilidade o lugar onde estavam voando, mas eram difíceis de rastrear quando usadas para detectar explosivos em espaços amplos e abertos. Então os pesquisadores colocaram pequenos transmissores de rádio nas abelhas para encontrá-las - e encontrar a bomba - quando elas voavam sobre um lugar. Abelhas soltas e treinadas não seriam muito bem-vindas em postos de segurança de aeroportos, mas poderiam trabalhar muito bem em uma zona de guerra.
Pesquisadores do Los Alamos também estão treinando abelhas para farejar drogas, como metanfetamina e cocaína.